domingo, 4 de janeiro de 2009

Era uma casa muito engraçada,não tinha teto...

O chão ainda era de tabique,madeira solta que diz 'bem-vindo'. As portas, triufantemente grandes,paredes que escondiam esqueletos de histórias já putrefatas e as janelas ainda tinham o antigo olhar-de-moça. A casa era azul, e tudo nela era calmo. Nos corredores da cozinha eu via espíritos de piche, enquanto a casa toda ainda tinha a austeridade em pó-de-arroz.


Aquela tosca telha era a janela de meus pensamentos, as irregularidades faziam parte de mim,era toda a consciência de um passado,a visão de meus contemporâneos olhos que enalteciam aquela mobília rústica, a simplicidade do pórtico e aquele ar do século passado.


Havia esse espelho,na antiga penteadeira de carvalho,que insistia em refletir meus instigantes olhos de ambiguidade contrastando com o sorriso blasé. Pérfido nanquim que em sagaz contumácia revelavam o quarto ao lado,um amor de verão.

traiçoeiro

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