domingo, 16 de março de 2008

Roma de olhos plúmbeos






Uma antiga poesia romana dançava no seu espírito.Patrícia.Idílico corpo marcado por farsas. Unhas que ainda se restam em mim como reminiscências de sua loucura.Loucuras patrícias.
O couro traçava a imponência no seu corpo.O salto assinava em minha virilha toda sua parafilia. Eu berrava- inclinação para a fuga.Punição para o desertor- os braços erguiam-se como asas ávidas,que em seguida prolongavam-se em mim como laços ,materializando-se em dor.
Todo meneio em carne,austero,por cima da minha inferioridade plácida.Todo o desejo tão líquido, escorria por entre nossa mácula,repousando-se camurça da poltrona - cenário heterodoxo.
Chicoteia meu corpo todo,minhas costas,bunda e coxas, até toda pele se contrair em vermelhidão.O anseio do protesto está fora de mim.E o prazer encontra-se nos dois.Cativou-me em sangue toda aquela lascividade, enquanto a saciedade estava longe de nós.
Incrível como tudo começou : Roma de olhos plúbeos,peitos épicos, desejos indômitos.
Foi naquela poltrona que tudo começou.
pic: Fetish Session ( picture: David Lynch ;shoes: Louboutin)

3 comentários:

Unknown disse...

só para fingir q há alguém passando

"patrícia Patrícia de loucuras patrícias"

adorei o trocadilho

:]

Anônimo disse...

o Que há de doce na forma das letras salga a língua quando engolida a semântica.

De tudo tão belo fiquei muda.

Natália Bayeh disse...

sem duvida alguma temos sintonias inconsientes,idéias em comum
e visões de mundo bastante parecidas
e o mais engraçado disso tudo é que crescemos com influencias totalmente diferentes
é de se parar pra pensar não??
queria ter eu um terço da sua
linguagem poética

nossos universos devem ser bem proximos